Tenho visto uma certa frase se repetir na boca de muitos gestores ultimamente: "a empresa é uma ficção jurídica". Não pesquisei antes de escrever este artigo para saber quem falou esta frase pela primeira vez, só sei que não foi eu, mas concordo com ela. A empresa é uma ficção jurídica porque o que faz a empresa acontecer são as pessoas. Isso deveria significar que pessoas são mais importantes do que coisas, mais importantes que o lucro.
É assim que nos relacionamos nos ambientes profissionais? Levamos a sério o fato de que relacionamentos são construídos com muito sacrifício e destruídos com um piscar de olhos? Como é o seu estilo de liderança? Você é transparente? Você é totalmente honesto com seus liderados? Você aguenta a honestidade deles com você? Consegue ter uma atitude positiva quando é confrontado?
Certa vez, numa turma de MBA onde lecionei, os alunos comentavam sobre a ética vertical. Nas palavras deles: " a ética que a direção desta organização cobra de nós é uma, e a ética que a direção tem conosco é outra". Como esperar que um colaborador da empresa tenha fidelidade ética quando a liderança da organização não prima por este aspecto?
28 anos atrás eu recebi meu primeiro treinamento de liderança. Eu tinha então, apenas 17 anos, mas um dos meus líderes disse uma frase que nunca esqueci:
"líder é aquele que sabe para onde vai
e sabe como levar as pessoas consigo"
Alguém que facilmente atrai um considerável número de pessoas para desenvolver um projeto não é necessariamente um líder. É um carismático. Seu magnetismo e simpatia facilmente arrebanham pessoas, mas se, com a mesma facilidade com que ele agregou as pessoas, ele as dispersa, então ele não é um líder de verdade.
Há carismáticos que tem uma habilidade tão grande de dispersar um grupo que as rupturas que se estabelecem a partir dali são definitivas. Líder é aquele que consegue manter as pessoas ao seu lado, mesmo que o projeto seja algo tão louco quanto escalar o Himalaia.
Há carismáticos que tem uma habilidade tão grande de dispersar um grupo que as rupturas que se estabelecem a partir dali são definitivas. Líder é aquele que consegue manter as pessoas ao seu lado, mesmo que o projeto seja algo tão louco quanto escalar o Himalaia.
Um líder comprometido com sua liderança será exemplo para seus liderados em todas as áreas. Não adianta exigir de seus funcionários uma ética que você mesmo transgride nas entrelinhas. Não adianta esperar que um colaborador tenha comprometimento com aquilo que a organização produz quando você, enquanto líder, não é fiel ao seu discurso e muda o que falou o tempo inteiro.
Dois funcionários estavam aturdidos com um chefe que não sustentava sua palavra. Para dar certo alívio cômico à situação à qual eles tinham que se submeter (para não perderem o emprego), começaram a apelidar as versões da história como se fossem potências de motores de carro.
- Ei, "João", a ordem agora está na versão 1.8!
- Como, "José"? Ontem mesmo estávamos na versão 3.0!
Um líder que não sabe para onde vai, não apenas não sabe levar as pessoas consigo, como se perde no seu próprio caminho, transferindo para o grupo toda a confusão mental que ele não consegue administrar. Chefias com este perfil infernizam a vida de sua equipe.
Por outro lado, líderes de verdade, sabem onde querem chegar. Estes não precisam se esforçar para ter ao seu lado pessoas valorosas, pois elas tem plena consciência que a convivência com aquele líder, lhes agrega valor. Com ele trabalhariam até de graça, atravessariam mares para participar de uma equipe sob sua liderança.
Líderes de verdade deixam uma marca positiva na vida dos seus liderados, fazem diferença, escrevem uma história. No momento em que tal líder tiver qualquer debilidade e precisar de ajuda, seus liderados imediatamente o socorrerão pois reconhecem, de forma visceral, o valor que esse líder tem para o grupo e não desejarão perdê-lo durante a caminhada. Eles o sustentarão e o manterão de pé.
Se você é líder de um grupo mas as pessoas não entendem onde você quer chegar, se você lidera um grupo onde cada componente conhece uma versão diferente da mesma questão, se você lidera uma equipe e sua atitude não condiz com seu discurso, você tem sérios problemas e em várias áreas: objetividade, comunicação, integridade e coerência. Dispersão dos liderados será uma mera consequência desses desajustes todos.
Por vezes os conflitos de ordem pessoal se avolumam de tal maneira que o executivo mistura as crises de casa com o trabalho e estoura no trabalho a crise que não solucionou em casa. Pior de tiudo é quando ele projeta no colaborador da organização sua própria crise e tem a capacidade de dizer "fulano, você está trazendo seus problemas pessoais para o trabalho". É lamentável, mas já vi muitos executivos fazerem isso.
Procurar um terapeuta pode ajudar bastante. Infelizmente muitos líderes se julgam fortes demais, ou ainda tem aquela visão ultrapassada de que só procura por psicólogo que tem desequilíbrio mental. Acreditam que devem manter uma postura impenetrável e que procurar ajuda de um terapeuta seria demonstrar fraqueza. Esse é um erro trágico que um líder pode cometer na sua dinâmica de liderança. Quando uma pessoa está desequilibrada mentalmente, ela precisa de um neurologista e de um psiquiatra. Um analista é o profissional que ajuda quem ainda tem saúde mental suficiente para fazer sobre si uma leitura auto-crítica e com isso perceber suas próprias debilidades, potencialidades e áreas a serem trabalhadas.
Justamente por trabalhar com gente, lidar com pessoas e inevitavelmente com seus conflitos, um líder tem que ter mais equilíbrio que todo o resto do grupo. Ele não pode se posicionar diante de uma equipe totalmente despreparado para lidar com os problemas que estes colaboradores trazem para o ambiente do trabalho.
Não há forma de você detectar estes problemas e exercer uma boa liderança sem ter um profissional ao lado, completamente descolado de todas as realidades que lhe afetam diretamente, que te conduza a uma leitura auto-crítica de seus pensamentos e atitudes. Um analista vai criticar seus exageros, vai sinalizar os perigos das ações que você estiver adotando. Um coach ajudará em questões pontuais, um mentor ajudará nas questões de expertise. Um analista ajudará nos aspectos da vida, de forma mais holística.Mas encarar um analista é atitude de gente muito corajosa, pois é dolorido estar diante de um técnico que poderá que você está misturando seus próprios problemas emocionais com tudo aquilo que está fazendo. Tem que ter "estômago" e aguentar o confronto com atitude positiva e resiliência.
Um colaborador reflete no seu trabalho os problemas de filhos envolvidos com drogas, maridos ou esposas que adulteram, enfermidade de um parente próximo que demanda tempo no hospital, problemas de saúde pessoal do próprio colaborador, crise financeira e você, como líder, precisa perceber isso tudo sem que o empregado tenha que mencionar, pois falar disso é doloroso demais para ele. Você tem que aprender a separar o desempenho ruim ocasional que seu liderado está demonstrando daquele desempenho eficiente quando está tudo correndo bem. Um líder precisa ter sensibilidade e saber fazer diferença positiva na vida de seus liderados nestas oportunidades.
Procurar um terapeuta pode ajudar bastante. Infelizmente muitos líderes se julgam fortes demais, ou ainda tem aquela visão ultrapassada de que só procura por psicólogo que tem desequilíbrio mental. Acreditam que devem manter uma postura impenetrável e que procurar ajuda de um terapeuta seria demonstrar fraqueza. Esse é um erro trágico que um líder pode cometer na sua dinâmica de liderança. Quando uma pessoa está desequilibrada mentalmente, ela precisa de um neurologista e de um psiquiatra. Um analista é o profissional que ajuda quem ainda tem saúde mental suficiente para fazer sobre si uma leitura auto-crítica e com isso perceber suas próprias debilidades, potencialidades e áreas a serem trabalhadas.
Justamente por trabalhar com gente, lidar com pessoas e inevitavelmente com seus conflitos, um líder tem que ter mais equilíbrio que todo o resto do grupo. Ele não pode se posicionar diante de uma equipe totalmente despreparado para lidar com os problemas que estes colaboradores trazem para o ambiente do trabalho.
Não há forma de você detectar estes problemas e exercer uma boa liderança sem ter um profissional ao lado, completamente descolado de todas as realidades que lhe afetam diretamente, que te conduza a uma leitura auto-crítica de seus pensamentos e atitudes. Um analista vai criticar seus exageros, vai sinalizar os perigos das ações que você estiver adotando. Um coach ajudará em questões pontuais, um mentor ajudará nas questões de expertise. Um analista ajudará nos aspectos da vida, de forma mais holística.Mas encarar um analista é atitude de gente muito corajosa, pois é dolorido estar diante de um técnico que poderá que você está misturando seus próprios problemas emocionais com tudo aquilo que está fazendo. Tem que ter "estômago" e aguentar o confronto com atitude positiva e resiliência.
Um colaborador reflete no seu trabalho os problemas de filhos envolvidos com drogas, maridos ou esposas que adulteram, enfermidade de um parente próximo que demanda tempo no hospital, problemas de saúde pessoal do próprio colaborador, crise financeira e você, como líder, precisa perceber isso tudo sem que o empregado tenha que mencionar, pois falar disso é doloroso demais para ele. Você tem que aprender a separar o desempenho ruim ocasional que seu liderado está demonstrando daquele desempenho eficiente quando está tudo correndo bem. Um líder precisa ter sensibilidade e saber fazer diferença positiva na vida de seus liderados nestas oportunidades.
Seja um líder de verdade!
Encontre o seu caminho.
Elabore seu discurso.
Seja coerente, viva aquilo que pregou.
Percorra sua estrada, plenamente comprometido com aquilo que você mesmo estabeleceu para seus liderados.Coerência entre o discurso e a prática é o primeiro item que colaboradores esperam ver em seus líderes.
Um abraço e até a próxima!
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